quarta-feira, 11 de novembro de 2020

Metodologia e Prática Docente na Ed.Básica - Parte 1

 

[...] ato educativo escolar supervisionado, desenvolvido no ambiente de trabalho, que visa à preparação para o trabalho produtivo de educandos [...].

Documentos referentes ao estágio

Agora, vamos conhecer as fichas que compõem a parte documental do estágio.


Termo de Compromisso de Estágio (TCE)


Primeiro documento que você precisa providenciar, sem o qual não pode entrar na escola ou em qualquer outra instituição para estagiar. 

De acordo com a Lei nº 11.788/2008, é necessário um contrato entre a Instituição de Ensino Superior (IES) e a escola que recebe o estagiário. Esse contrato é o TCE.

O documento deve conter:

Veja a carta de apresentação do estagiário:

METODOLOGIA E PRÁTICA DOCENTE NA ED. BÁSICA DO ENSINO FUNDAMENTAL

(Cidade), (dia) de (mês) de (ano). 

Do: Identificação do polo e do nome da disciplina 

Ao: Diretor da escola/organização

Assunto: Apresentação de estagiário 

Prezado(a) Diretor(a), 

Apresentamos o(a) aluno(a): _____________________, matrícula ______________________, CPF __________________, no ___________ período, do Curso de Pedagogia da Universidade Estácio de Sá e solicitamos a colaboração de V.S.ª. no sentido de recebê-lo(a), a fim de realizar o estágio curricular supervisionado de ensino, em atendimento à disciplina METODOLOGIA E PRÁTICA DOCENTE NA ED. BÁSICA do Ensino Fundamental.

Nesta oportunidade, vimos declarar, para fins de Estágio Curricular, de acordo com a Lei nº 11.788, de 25 de setembro de 2008, que o(a) aluno(a) mencionado(a) se encontra devidamente matriculado(a) e com frequência regular nesta universidade, devendo, em caso de aprovação, ser firmado Termo de Compromisso antes do início de seu estágio, cuja apólice de seguro quanto a acidentes pessoais está registrada sob o nº _________________ e é de total responsabilidade da Universidade Estácio de Sá.  

Informarmos que a carga horária desse estágio é de 176 horas, e que o aluno estará em sua escola a partir do dia ______________ até o dia ________________. 

Certos de sua valiosa colaboração, aproveitamos o ensejo para manifestar nossos agradecimentos. 

Cordialmente, ________________________ Coordenação de polo

Assinatura e carimbo

 

Ao término do estágio, você deve entregar junto com o relatório três documentos assinados e carimbados pela escola. São eles:

Declaração de Estágio, Ficha de Frequência do Estagiário, Ficha de Avaliação do Estagiário.

Todos os documentos são obrigatórios e comprovam que você cumpriu a prática de estágio. Eles devem ser digitalizados em um único arquivo, em formato .pdf, e postados para o professor por meio do ícone Trabalho na webaula.

Os documentos obrigatórios para a aprovação na disciplina de Estágio Supervisionado são:

Relatório, ficha de frequência, declaração de horas de estágio e ficha de avaliação do estagiário.

Sugerimos, então, que, ao entrar no campo de estágio, tenha sempre em mãos:

Um caderno de campo para anotar tudo o que julgar necessário e uma pasta para guardar documentos e folhas de aula recebidas em seu dia a dia na escola.

Esses instrumentos permitem a coleta de dados e favorecem atividades de pesquisa. 

Todos os apontamentos feitos em seu campo de estágio podem e devem ser aproveitados para o estudo da disciplina de Pesquisa e Prática de Ensino (PPE) e para a escolha de uma questão teórica a ser desenvolvida em seu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC). 

Registre todas as informações importantes, e faça uma associação entre esta e outras disciplinas, de modo que consiga reunir material suficiente para sua investigação científica.

Nos cursos de formação de professores, o estágio enfatiza uma visão mais centrada na complexidade da realidade escolar e educacional (BEHRENS, 1991).  

Ao realizar registros e análises no campo de estágio: 

O estágio é um mediador entre teoria e prática, porque aproxima a realidade profissional dos conhecimentos adquiridos na universidade. Logo, todas as suas observações precisam estar ancoradas em teorias educacionais trabalhadas nas disciplinas.  

O ideal é basear-se em variadas correntes de pensamentos para contextualizar as atividades realizadas no estágio. Esse exercício desenvolverá sua competência discursiva, técnica e autoral. 

A observação e as reflexões feitas no campo de estágio (ESCOLA- Campo de pesquisa para o pedagogo.) também são importantes, porque desse momento podem surgir questões temáticas para você investigar em seu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC). Dentro desse ambiente, aja como um pesquisador, ou seja, um aluno estagiário que está se formando para ser professor-pesquisador.

Para entender como acontece o processo de formação de profissionais, Schön (2016) realizou estudos sobre as reformas curriculares nos cursos de Graduação.

Ele entendeu que a formação do professor ou de qualquer outro profissional deve estar fundamentada na epistemologia da prática para propor a valorização da prática reflexiva na constituição desses sujeitos.

Epistemologia da prática

A epistemologia da prática profissional docente é uma área da Filosofia que tem como objetivo investigar os propósitos e os procedimentos das ações educativas, bem como a tomada de decisões com base nesse exame.

Em outras palavras, a epistemologia é uma reflexão sobre o conhecimento, cuja preocupação fundamental é situar os problemas tais como eles se colocam ou se omitem, resolvem-se ou desaparecem no cotidiano (JAPIASSU, 1992).

Então, toda a vez que você ouvir esse termo, lembre-se de que é o olhar reflexivo e crítico sobre as ciências, ou seja, um saber elaborado, sistematizado, que questiona o processo pelo qual uma ciência se constitui como tal.

Ensino prático-reflexivo

De acordo com Tardif (2004) e Schön (2016), pensar na epistemologia da prática lhe ajudará, já no campo do estágio, a praticar a docência antes mesmo de compreender racionalmente o que é feito na escola.

Sua experiência de estágio comporá sua prática profissional, de forma que seu conhecimento acadêmico seja construído com base na reflexão, na análise e na problematização dessa prática, bem como de todos os trabalhos de campo que fizer ao longo deste curso.

Modelos epistemológicos

Para conceber o currículo de um curso, podemos nos basear em três visões ou modelos epistemológicos diferentes. São eles:

MODELO DA RACIONALIDADE TÉCNICO PRÁTICO-CRÍTICA - A prática educacional fundamenta-se na aplicação do conhecimento científico, e as questões educacionais são vistas e tratadas como problemas técnicos que devem ser solucionados de maneira objetiva por meio da racionalidade da ciência.

 O currículo formará um professor técnico que coloca somente regras científicas e pedagógicas em sua prática. Em outras palavras, tudo já tem uma receita para ser aplicada.

MODELO DA RACIONALIDADE PRÁTICA - A educação é vista como um processo complexo que envolve conhecimento teórico e prático, permeado pelas incertezas da vida contemporânea e da carreira docente. 

O professor é considerado uma pessoa que reflete, questiona e que, continuamente, analisa seu fazer pedagógico, ou seja, a forma como lida com seus alunos, com o conhecimento e com a própria profissão de educador. 

Este modelo estabelece uma forma diferente de pensar na formação de professores, pois tenta superar as receitas prontas ao entender que a educação implica atividade social e histórica. Em outras palavras, a educação é realizada por pessoas em contextos históricos distintos.

MODELO DA RACIONALIDADE CRÍTICA - Nesta perspectiva de racionalidade, são utilizadas as teorias de Carr e Kemmis (1986), de que a educação é historicamente localizada e projeta uma visão de futuro esperada. É a velha máxima: Qual é a educação que temos? E qual é a educação que queremos?

Os três modelos epistemológicos de currículo idealizam o professor como uma pessoa que levanta problemas, mas a maneira como entendem a natureza do trabalho docente é distinta.

Por exemplo:

Modelo técnico - enfatiza que o professor deve analisar a realidade escolar, e resolver os problemas e as questões cotidianas por meio do instrumental que lhe foi conferido no curso de formação.

Modelo prático - tem a visão de que o estagiário e o docente precisam interpretar a realidade para tomar uma decisão.

Modelo crítico - ratifica que a realidade tem de ser vista a partir de uma perspectiva política.

RESUMO: A epistemologia da prática profissional docente busca investigar os pressupostos e posturas das ações educativas e a tomada de decisões com base nesse exame. O intuito deste texto é apresentar como certas posturas teóricas interferem na práxis educativa, estabelecendo uma estreita relação entre a teoria e a docência. Muitas vezes, reproduzimos a nossa experiência discente aos nos tornarmos docentes e nos esquecemos de apreendera história epistemológica da prática profissional. Compreender a trajetória da educação, a função dos professores, seus trabalhos e saberes pode contribuir para a integração entre a teoria e a prática, de modo que elas forneçam instrumentos que auxiliem efetivamente o ensino de qualidade. Como a educação está em movimento e, consequentemente, é processual, dinâmica, progressiva e pretende mudar os sujeitos, nossas práticas devem estar munidas da consciência de que é tarefa urgente da educação contribuir com a formação de membros ativos da sociedade. PALAVRAS-CHAVE: Epistemologia. Saberes docentes. Profissionalização docente. epistemologia da prática na formação inicial de professores - possibilita que os alunos comecem a praticar antes de compreender, de modo racional, o que fazem. O prático-reflexivo significa um tipo de aprender fazendo, no qual a prática profissional é valorizada como um momento de construção de conhecimento por meio da reflexão, análise e problematização.

Na aprendizagem, não pode haver separação entre ensinar, aprender e pesquisar. Essas três instâncias devem caminhar juntas para a construção de um conhecimento sólido e significativo, visando à formação de competências discursivas, técnicas, autorais e éticas no aluno.

Campo de estágio

O estágio supervisionado possui papel central na formação de professores, porque propicia a imersão na escola – um campo de produção de conhecimentos relevantes para você como futuro profissional. 

Essa rica vivência no ambiente escolar lhe permitirá construir suas práxis educativas e formar uma identidade profissional por meio da observação da prática docente de outros profissionais.

Sem dúvida, haverá professores cuja atuação tomará como referência, e outros cujas ações não desejará reproduzir. 

É justamente no período do estágio que você pode examinar as estratégias pedagógicas do professor-supervisor e, também, aprender com elas. Afinal, este é o momento de refletir como aluno de Pedagogia e futuro profissional da educação.

Para que isso aconteça de maneira efetiva, é necessário que você se comporte como um pesquisador no campo de estágio. Apresentamos, aqui, algumas sugestões para agir como tal:

Separe um caderno de campo - Neste caderno, você escreverá todas as observações realizadas no estágio, todas as atividades e todas as reflexões que fizer durante a análise. Esse procedimento técnico também lhe ajudará a preencher sua ficha de frequência.

Articule suas anotações com os dados empíricos ou fatos observados - Quando você vincula as teorias dos autores estudados nas aulas com um fato real ocorrido na escola, está realizando uma interlocução teórica. Esse procedimento é científico e enriquece a escrita de seu relatório.

Colete dados por meio de entrevista ou de questionário - Você pode reunir dados por meio de entrevista informal – conversando com professores, diretores e outros profissionais da escola – ou de questionário. Mas isso não é obrigatório. Esses são apenas alguns instrumentos de coleta de dados de uma pesquisa.

Base Nacional Comum Curricular

BNCC é um documento de caráter normativo que define o conjunto orgânico e progressivo de aprendizagens essenciais que todos os alunos devem desenvolver ao longo das etapas e modalidades da Educação Básica.

Conforme definido na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB, Lei nº 9.394/1996), a Base deve nortear os currículos dos sistemas e redes de ensino das Unidades Federativas, como também as propostas pedagógicas de todas as escolas públicas e privadas de Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio, em todo o Brasil. 

A Base estabelece conhecimentos, competências e habilidades que se espera que todos os estudantes desenvolvam ao longo da escolaridade básica. Orientada pelos princípios éticos, políticos e estéticos traçados pelas Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Básica, a Base soma-se aos propósitos que direcionam a educação brasileira para a formação humana integral e para a construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva.

A BNCC deve ser utilizada pelas redes públicas de ensino para a elaboração de seus documentos de orientações curriculares, bem como para as escolas privadas na organização de seus Projetos Político-Pedagógicos (PPPs).

A discussão do PPP de cada escola deve ser o ponto de destaque para retomar como as discussões de uma BNCC pode, de fato, configurar-se em um projeto nacional e com características locais. 

A legislação educacional deve servir de base para uma análise da conjuntura educacional brasileira e, assim, analisar como os Planos de Ensino (PEs) têm de garantir os direitos de desenvolvimento e aprendizagem de cada aluno em suas diferentes realidades econômicas, sociais e culturais do Brasil. 

Ao longo desta aula, vamos buscar as relações entre a BNCC e a garantia dos diretos de desenvolvimento e aprendizagem presentes nos documentos de orientações curriculares das redes públicas de ensino e nos PPPs das escolas privadas.

História da educação brasileira: currículo de referência nacional

A educação brasileira tem em sua história recente algumas conquistas legais que possibilitam reconhecer os avanços dos direitos educacionais das crianças e dos deveres estatais, considerados um grande avanço para as crianças e as famílias da classe popular, segmento desprotegido pelo Estado. 

Seja com o ECA (1993), seja com a Constituição ou com a LDB, devemos reconhecer que um segmento da sociedade passou a ter possibilidades de reivindicar sua cidadania como a expressão do direito à educação.  A escola foi democratizada, mas o acesso ao conhecimento não seguiu na mesma direção. 

Vejamos agora quais os documentos que fizeram parte da construção da história da educação brasileira.

Referências

Aulas 1 a 3 - Estácio de Sá

file:///C:/Users/Let%C3%ADcia/Downloads/35403-Texto%20do%20artigo-144592-1-10-20160805.pdf

http://basenacionalcomum.mec.gov.br/

 Ao compartilhar o conhecimento você ensina, ao praticar você inspira. 

Nosso conhecimento torna-se precioso quando o tornamos algo acessível para todos.

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