[...] ato educativo escolar supervisionado, desenvolvido no ambiente
de trabalho, que visa à preparação para o trabalho produtivo de educandos [...].
Documentos referentes
ao estágio
Agora, vamos conhecer as fichas que compõem a parte documental do estágio.
Termo de Compromisso de Estágio (TCE)
Primeiro documento que você precisa providenciar, sem o qual não pode
entrar na escola ou em qualquer outra instituição para estagiar.
De acordo com a Lei nº 11.788/2008, é necessário um contrato entre a
Instituição de Ensino Superior (IES) e a escola que recebe o estagiário. Esse
contrato é o TCE.
O documento deve conter:
Veja a carta de apresentação do estagiário:
METODOLOGIA E PRÁTICA DOCENTE NA ED. BÁSICA DO ENSINO
FUNDAMENTAL
(Cidade), (dia) de (mês) de (ano).
Do: Identificação do polo e do nome da
disciplina
Ao: Diretor da escola/organização
Assunto:
Apresentação de estagiário
Prezado(a) Diretor(a),
Apresentamos o(a) aluno(a): _____________________,
matrícula ______________________, CPF __________________, no ___________
período, do Curso de Pedagogia da Universidade Estácio de Sá e solicitamos a
colaboração de V.S.ª. no sentido de recebê-lo(a), a fim de realizar o estágio
curricular supervisionado de ensino, em atendimento à disciplina METODOLOGIA E
PRÁTICA DOCENTE NA ED. BÁSICA do Ensino Fundamental.
Nesta oportunidade, vimos declarar, para fins de
Estágio Curricular, de acordo com a Lei nº 11.788, de 25 de setembro de 2008,
que o(a) aluno(a) mencionado(a) se encontra devidamente matriculado(a) e com
frequência regular nesta universidade, devendo, em caso de aprovação, ser
firmado Termo de Compromisso antes do início de seu estágio, cuja apólice de
seguro quanto a acidentes pessoais está registrada sob o nº _________________ e
é de total responsabilidade da Universidade Estácio de Sá.
Informarmos que a carga horária desse estágio é de
176 horas, e que o aluno estará em sua escola a partir do dia ______________
até o dia ________________.
Certos de sua valiosa colaboração, aproveitamos o
ensejo para manifestar nossos agradecimentos.
Cordialmente, ________________________ Coordenação
de polo
Assinatura e carimbo
Ao término do estágio, você deve entregar junto com
o relatório três documentos assinados e carimbados pela escola. São eles:
Declaração de Estágio, Ficha de Frequência do
Estagiário, Ficha de Avaliação do Estagiário.
Todos os
documentos são obrigatórios e comprovam que você cumpriu a prática de estágio.
Eles devem ser digitalizados em um único arquivo, em formato .pdf, e postados para o professor por meio do ícone Trabalho na webaula.
Os documentos obrigatórios para a aprovação na
disciplina de Estágio Supervisionado são:
Relatório, ficha de frequência, declaração de horas
de estágio e ficha de avaliação do estagiário.
Sugerimos, então, que, ao entrar no campo de
estágio, tenha sempre em mãos:
Um caderno de campo para anotar tudo o que julgar
necessário e uma pasta para guardar documentos e folhas de aula recebidas em
seu dia a dia na escola.
Esses instrumentos permitem a coleta de dados e
favorecem atividades de pesquisa.
Todos os apontamentos feitos em seu campo de
estágio podem e devem ser aproveitados para o estudo da disciplina de Pesquisa
e Prática de Ensino (PPE) e para a escolha de uma questão teórica a ser
desenvolvida em seu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC).
Registre todas as informações importantes, e faça
uma associação entre esta e outras disciplinas, de modo que consiga reunir
material suficiente para sua investigação científica.
Nos cursos de formação de professores, o estágio
enfatiza uma visão mais centrada na complexidade da realidade escolar e
educacional (BEHRENS, 1991).
Ao realizar registros e análises no campo de
estágio:
O estágio é um mediador entre teoria e prática,
porque aproxima a realidade profissional dos conhecimentos adquiridos na
universidade. Logo, todas as suas observações precisam estar ancoradas em
teorias educacionais trabalhadas nas disciplinas.
O ideal é basear-se em variadas correntes de
pensamentos para contextualizar as atividades realizadas no estágio. Esse
exercício desenvolverá sua competência discursiva, técnica e autoral.
A observação e as reflexões feitas no campo de
estágio (ESCOLA- Campo de pesquisa para o
pedagogo.) também são importantes, porque desse
momento podem surgir questões temáticas para você investigar em seu Trabalho de
Conclusão de Curso (TCC). Dentro desse ambiente, aja como um pesquisador, ou
seja, um aluno estagiário que está se formando para ser professor-pesquisador.
Para entender como acontece o processo de formação
de profissionais, Schön (2016) realizou estudos sobre as reformas curriculares
nos cursos de Graduação.
Ele entendeu que a formação do professor ou de qualquer outro
profissional deve estar fundamentada na epistemologia
da prática para propor a valorização da prática reflexiva
na constituição desses sujeitos.
Epistemologia da prática
A epistemologia da prática profissional docente é uma área da Filosofia
que tem como objetivo investigar os propósitos e os procedimentos das ações
educativas, bem como a tomada de decisões com base nesse exame.
Em outras palavras, a epistemologia é uma reflexão
sobre o conhecimento, cuja preocupação fundamental é situar os problemas tais
como eles se colocam ou se omitem, resolvem-se ou desaparecem no cotidiano
(JAPIASSU, 1992).
Então,
toda a vez que você ouvir esse termo, lembre-se de que é o olhar reflexivo e
crítico sobre as ciências, ou seja, um saber elaborado, sistematizado, que
questiona o processo pelo qual uma ciência se constitui como tal.
Ensino prático-reflexivo
De acordo
com Tardif (2004) e Schön (2016), pensar na epistemologia da prática lhe
ajudará, já no campo do estágio, a praticar a docência antes mesmo de compreender
racionalmente o que é feito na escola.
Sua
experiência de estágio comporá sua prática profissional, de forma que seu
conhecimento acadêmico seja construído com base na reflexão, na análise e na
problematização dessa prática, bem como de todos os trabalhos de campo que
fizer ao longo deste curso.
Modelos epistemológicos
Para
conceber o currículo de um curso, podemos nos basear em três visões ou modelos
epistemológicos diferentes. São eles:
MODELO DA RACIONALIDADE TÉCNICO PRÁTICO-CRÍTICA - A prática
educacional fundamenta-se na aplicação do conhecimento científico, e as
questões educacionais são vistas e tratadas como problemas técnicos que devem
ser solucionados de maneira objetiva por meio da racionalidade da ciência.
O currículo formará
um professor técnico que coloca somente regras científicas e pedagógicas em sua
prática. Em outras palavras, tudo já tem uma receita para ser aplicada.
MODELO DA RACIONALIDADE PRÁTICA - A educação é vista como um
processo complexo que envolve conhecimento teórico e prático, permeado pelas
incertezas da vida contemporânea e da carreira docente.
O professor é considerado uma pessoa que reflete, questiona
e que, continuamente, analisa seu fazer pedagógico, ou seja, a forma como lida
com seus alunos, com o conhecimento e com a própria profissão de educador.
Este modelo estabelece uma forma diferente de pensar na
formação de professores, pois tenta superar as receitas prontas ao entender que
a educação implica atividade social e histórica. Em outras palavras, a educação
é realizada por pessoas em contextos históricos distintos.
MODELO DA RACIONALIDADE CRÍTICA - Nesta perspectiva de
racionalidade, são utilizadas as teorias de Carr e Kemmis (1986), de que a
educação é historicamente localizada e projeta uma visão de futuro esperada. É
a velha máxima: Qual é a educação que temos? E qual é a educação que
queremos?
Os três modelos epistemológicos de currículo idealizam o
professor como uma pessoa que levanta problemas, mas a maneira como entendem a
natureza do trabalho docente é distinta.
Por exemplo:
Modelo técnico -
enfatiza que o professor deve analisar a realidade escolar, e resolver os
problemas e as questões cotidianas por meio do instrumental que lhe foi
conferido no curso de formação.
Modelo prático -
tem a visão de que o estagiário e o docente precisam interpretar a realidade
para tomar uma decisão.
Modelo crítico -
ratifica que a realidade tem de ser vista a partir de uma perspectiva política.
RESUMO: A
epistemologia da prática profissional docente busca investigar os pressupostos
e posturas das ações educativas e a tomada de decisões com base nesse exame. O
intuito deste texto é apresentar como certas posturas teóricas interferem na
práxis educativa, estabelecendo uma estreita relação entre a teoria e a
docência. Muitas vezes, reproduzimos a nossa experiência discente aos nos
tornarmos docentes e nos esquecemos de apreendera história epistemológica da
prática profissional. Compreender a trajetória da educação, a função dos
professores, seus trabalhos e saberes pode contribuir para a integração entre a
teoria e a prática, de modo que elas forneçam instrumentos que auxiliem
efetivamente o ensino de qualidade. Como a educação está em movimento e,
consequentemente, é processual, dinâmica, progressiva e pretende mudar os
sujeitos, nossas práticas devem estar munidas da consciência de que é tarefa
urgente da educação contribuir com a formação de membros ativos da sociedade.
PALAVRAS-CHAVE: Epistemologia. Saberes docentes. Profissionalização docente.
epistemologia da prática na
formação inicial de professores - possibilita que os alunos comecem a praticar
antes de compreender, de modo racional, o que fazem. O prático-reflexivo
significa um tipo de aprender fazendo, no qual a prática profissional é
valorizada como um momento de construção de conhecimento por meio da reflexão,
análise e problematização.
Na aprendizagem, não pode haver separação entre
ensinar, aprender e pesquisar. Essas três instâncias devem caminhar juntas para
a construção de um conhecimento sólido e significativo, visando à formação de
competências discursivas, técnicas, autorais e éticas no aluno.
Campo
de estágio
O estágio supervisionado possui papel central na
formação de professores, porque propicia a imersão na escola – um campo de
produção de conhecimentos relevantes para você como futuro profissional.
Essa rica vivência no ambiente escolar lhe permitirá
construir suas práxis educativas e formar uma identidade profissional por meio
da observação da prática docente de outros profissionais.
Sem dúvida, haverá professores cuja atuação tomará
como referência, e outros cujas ações não desejará reproduzir.
É justamente no período do estágio que você pode
examinar as estratégias pedagógicas do professor-supervisor e, também, aprender
com elas. Afinal, este é o momento de refletir como aluno de Pedagogia e futuro
profissional da educação.
Para que isso aconteça de maneira efetiva, é
necessário que você se comporte como um pesquisador no campo de estágio.
Apresentamos, aqui, algumas sugestões para agir como tal:
Separe um caderno de campo - Neste caderno, você escreverá todas as observações realizadas no
estágio, todas as atividades e todas as reflexões que fizer durante a análise.
Esse procedimento técnico também lhe ajudará a preencher sua ficha de
frequência.
Articule suas anotações com os dados empíricos ou fatos
observados - Quando você vincula as teorias dos
autores estudados nas aulas com um fato real ocorrido na escola, está
realizando uma interlocução teórica. Esse procedimento é científico e enriquece
a escrita de seu relatório.
Colete dados por meio de entrevista ou de questionário - Você pode reunir dados por meio de entrevista informal –
conversando com professores, diretores e outros profissionais da escola – ou de
questionário. Mas isso não é obrigatório. Esses são apenas alguns instrumentos
de coleta de dados de uma pesquisa.
Base
Nacional Comum Curricular
BNCC é um documento de caráter normativo que define o
conjunto orgânico e progressivo de aprendizagens essenciais que todos os alunos
devem desenvolver ao longo das etapas e modalidades da Educação Básica.
Conforme definido na Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional (LDB, Lei nº 9.394/1996), a Base deve nortear os currículos
dos sistemas e redes de ensino das Unidades Federativas, como também as
propostas pedagógicas de todas as escolas públicas e privadas de Educação
Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio, em todo o Brasil.
A Base estabelece conhecimentos, competências e
habilidades que se espera que todos os estudantes desenvolvam ao longo da
escolaridade básica. Orientada pelos princípios éticos, políticos e estéticos
traçados pelas Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Básica, a Base
soma-se aos propósitos que direcionam a educação brasileira para a formação
humana integral e para a construção de uma sociedade justa, democrática e
inclusiva.
A BNCC deve ser utilizada pelas redes públicas de ensino para a
elaboração de seus documentos de orientações curriculares, bem como para as
escolas privadas na organização de seus Projetos Político-Pedagógicos (PPPs).
A discussão do PPP de cada escola deve ser o ponto de
destaque para retomar como as discussões de uma BNCC pode, de fato,
configurar-se em um projeto nacional e com características locais.
A legislação educacional deve servir de base para uma
análise da conjuntura educacional brasileira e, assim, analisar como os Planos
de Ensino (PEs) têm de garantir os direitos de desenvolvimento e aprendizagem
de cada aluno em suas diferentes realidades econômicas, sociais e culturais do
Brasil.
Ao longo desta aula, vamos buscar as relações entre a
BNCC e a garantia dos diretos de desenvolvimento e aprendizagem presentes nos
documentos de orientações curriculares das redes públicas de ensino e nos PPPs
das escolas privadas.
História
da educação brasileira: currículo de referência nacional
A educação brasileira tem em sua história recente
algumas conquistas legais que possibilitam reconhecer os avanços dos direitos
educacionais das crianças e dos deveres estatais, considerados um grande avanço
para as crianças e as famílias da classe popular, segmento desprotegido pelo
Estado.
Seja com o ECA (1993), seja com a Constituição ou com
a LDB, devemos reconhecer que um segmento da sociedade passou a ter
possibilidades de reivindicar sua cidadania como a expressão do direito à
educação. A escola foi democratizada, mas
o acesso ao conhecimento não seguiu na mesma direção.
Vejamos agora quais os documentos que fizeram parte da construção da história da educação brasileira.
Referências
Aulas 1 a 3 - Estácio de Sá
file:///C:/Users/Let%C3%ADcia/Downloads/35403-Texto%20do%20artigo-144592-1-10-20160805.pdf
http://basenacionalcomum.mec.gov.br/
Nosso conhecimento torna-se precioso quando o tornamos algo acessível para todos.
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