1) Durante
as aulas de Língua Portuguesa, o professor deve priorizar uma prática
pedagógica que promova o desenvolvimento de várias habilidades, entre elas, a
da escrita. Descreva como deve ser essa habilidade?
- A
memorização e a reprodução mecânica de normas e regras gramaticais e
ortográficas não devem ser adotados como métodos de ensino da língua
portuguesa. É importante que os alunos reconheçam a norma culta a partir da
leitura e da reflexão sobre o texto lido. O professor deve participar desse
processo de aprendizado, estimulando seus alunos a desenvolver o pensamento
crítico acerca da língua e de seus diversos usos, sem jamais se colocar como um
mero transmissor de conhecimentos ou detentor exclusivo dos saberes sobre a
língua portuguesa.
2) De
acordo com os PCNs, quais são objetivos do ensino de Língua Portuguesa no
ensino fundamental?
- Valer-se
da linguagem para melhorar a qualidade de suas relações pessoais, sendo capazes
de expressar seus sentimentos, experiências, ideias e opiniões, bem como de
acolher, interpretar e considerar os dos outros, contrapondo-os quando
necessário. Expandir o uso da linguagem em instâncias privadas e utilizá-la com
eficácia em instâncias públicas, sabendo assumir a palavra e produzir textos -
tanto orais como escritos - coerentes, coesos, adequados a seus destinatários,
aos objetivos a que se propõem e aos assuntos tratados. Utilizar diferentes
registros, inclusive os mais formais da variedade linguística valorizada
socialmente, sabendo adequá-los às circunstâncias da situação comunicativa de
que participam. Compreender os textos orais e escritos com os quais se
defrontam em diferentes situações de participação social, interpretando-os
corretamente e inferindo as intenções de quem os produz.
3) Com
quais materiais podemos trabalhar a Sociolinguística no ensino de Língua Portuguesa?
- Poemas
de cordel.
4) Os
PCN´s (Parâmetros Curriculares Nacionais) de Língua Portuguesa declaram: A
questão não é falar certo ou errado, mas saber qual forma de fala utilizar,
considerando as características do contexto de comunicação, ou seja, saber
adequar o registro às diferentes situações comunicativas (p.31). Isso significa
que:
- O
uso linguístico dialetal não é por si errado, é apenas diferente do uso de um
outro dialeto.
5) Sobre
a leitura colaborativa é certo afirmar que:
- Nasce
da interação com o texto.
6) Na Unidade Escolar Andrade Neves, os alunos
do quinto ano tiveram a ideia de organizar uma biblioteca para as turmas de
primeiro ano, com livros produzidos por eles. A partir daí, a professora da
turma organizou um projeto com duração de três meses, iniciando pela seleção
dos gêneros mais adequados. Foram selecionados os gêneros contos e poemas. Ao
planejar o projeto, a professora listou os seguintes procedimentos a serem
desenvolvidos com os alunos:
- Ler
e ouvir vários textos dos gêneros selecionados, antes de escrevê-los;
- Analisar
e refletir sobre a linguagem que se escreve e sobre a variedade de
recursos usados por escritores consagrados;
- Tematizar
a revisão textual focada nos aspectos relacionados à organização do discurso
e do conhecimento linguístico de que os alunos dispõem;
- Observar
e analisar diferentes ilustrações e os materiais nelas utilizados.
Ao ler o planejamento da professora a partir da ideia dos alunos,
pode-se constatar que:
- A
ideia dos alunos considera interlocutores reais, facilitando a produção de
textos.
7) Partindo
da concepção de que cada aluno já possui uma gramática internalizada ao
ingressar na escola, é correto afirmar que:
- O
aluno deve desenvolver a sua competência comunicativa de tal modo que possa utilizar
da melhor maneira possível a sua língua em todas as situações de fala e
escrita.
8) O
objetivo do ensino da língua portuguesa é formar um cidadão com posicionamento
crítico, responsável e construtivo a partir da utilização de sua língua materna
nas várias situações sociais e culturais (formal e informal). Complete a frase
abaixo:
Para que
esse objetivo seja alcançado, é necessário que o professor...
- Seja
um leitor competente de jornais, revistas, obras literárias, assim como ter
acesso aos meios eletrônicos de informação, além de dominar o conteúdo dos usos
linguísticos textuais e gramaticais;
9) As palavras não são meros nomes, elas
representam a junção entre o nome e o seu significado (sentido). Associamos o
nome da palavra com a ideia e quando ouvimos, fazemos a mesma
associação. A este fenômeno damos o nome de:
- Signo
linguístico
10) "Ao lermos, se estamos descobrindo a
expressão de outrem, estamos também nos revelando, seja para nós mesmos, seja
abertamente. Daí por que a troca de idéias nos acrescenta, permite
dimensionarmo-nos melhor, esclarecendo-nos para nós mesmos, lendo nossos
interlocutores. Tanto sabia disso Sócrates como o sabe o artista de rua:
conversando também conheço o que é que eu digo". (YUNES, Eliana (org.).
Pensar a leitura: complexidade. Rio de Janeiro: PUCRIO, 2002. p. 105 (com
adaptações)). A partir das reflexões do texto apresentado, comente a
respeito da interação texto-leitor.
- Para
a leitura como descobrimento ser efetiva, é necessária a troca de ideias sobre
a leitura; ler com o outro para nos conhecermos.
11) Tendo em vista que o ensino da gramática é
visto como instrumento norteador para uma melhor adequação das práticas orais e
escritas da língua em diferentes situações de comunicação, assinale a
alternativa que complementa adequadamente o texto abaixo:
O professor deve trabalhar com textos de gêneros e tipologias variadas,
adequados às diferentes necessidades de interação social, criando estratégias
por meio de práticas concretas e significativas tais como:
- Promover
eventos extraclasses, como a contação de histórias e a dramatização, para os
quais os alunos elaborem textos dialogais que sejam adequados às diferentes
situações de comunicação.
12) Leia o fragmento abaixo:
"Todo falante nativo usa a língua conforme as regras próprias
de seu dialeto, espelho da comunidade linguística a que está ligado".
CAGLIARI, Alfabetização e Linguística.São Paulo: Editora Scipione, 1998 p. 19).
Neste sentido, cabe à
Escola:
- Criar atividades que valorizarem os diferentes
dialetos das comunidades lingüísticas nas quais os alunos estão ligados.
13) Segundo
alguns estudiosos da língua, a produção de discursos não acontece no vazio. Ao
contrário, todo discurso se relaciona, de alguma forma, com os que já foram
produzidos. Desse modo, a relação entre o texto produzido e os outros textos
dá-se o nome de:
- Intertextualidade.
14) Sobre o trabalho com gêneros
textuais, leia o texto abaixo. Eis a primeira e talvez a mais importante
estratégia didática para a prática de leitura: o trabalho com a diversidade
textual. Sem ela pode-se até ensinar a ler, mas certamente não se formarão leitores
competentes. (Parâmetros Curriculares Nacionais de Língua Portuguesa, 1996.)
Numere a coluna de gêneros textuais de acordo com características
desses gêneros.
1 -
Poema
2 - Receita
3 - História em quadrinhos
4 - Anúncio
(2) Dá orientações precisas
para a realização de uma atividade.
(4) É construído em torno da
função apelativa da linguagem.
(1) Valoriza o uso estético da
linguagem.
(3) Intenção primordial de provocar o riso
mediante recursos linguísticos e/ou iconográficos.
15) Na disciplina de português, na 5ª serie,
em uma aula, a professora propôs exercícios de ortografia, extraídos do livro
didático. A proposta é a elaboração de frases com as palavras viagem
(substantivo) e viajem (verbo). A professora deve:
- Dar
explicações de como e por que cada uma dessas palavras se inserem em categorias
gramaticais diferentes.
16) O ensino de língua portuguesa,
conforme as orientações oficiais mais recentes, deve priorizar:
- O estudo,
numa visão interativa e funcional, de todos os usos orais e escritos da língua,
expressos em gêneros textuais.
17) Documentos oficiais que regulam o ensino
como os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), as Diretrizes Curriculares, os
programas estaduais de educação, os documentos de formação de professores etc.
, além de documentos que orientam avaliações sistêmicas, como o SAEB e a Prova
Brasil, têm utilizado os termos capacidades/habilidades e competências para
se referirem aos saberes que os alunos constroem ao longo de sua escolarização;
outras vezes, o que era capacidade/habilidade a ser atingida em determinado ano
da alfabetização, por exemplo, se transforma em direito de alfabetização, ou
seja, há uma mudança radical, pois não se trata de mera expectativa de
aprendizagem, mas de algo que precisa ser alcançado por todos, com as
estratégias políticas e pedagógicas adequadas. (Verbetes associados:
Compreensão leitora, Fala, Gêneros do discurso, Gêneros e tipos textuais,
Leitura , Oralidade, Reconto, Texto)
Este trecho considera a
aquisição da escrita, ou seja, o domínio da escrita como:
- Um direito político-pedagógico que todos devem
conquistar.
18) Analise a seguinte situação: Uma
professora de Língua Portuguesa do Ensino Fundamental afirma ensinar gramática
partindo de textos. Assim, propõe exercícios como os
seguintes: "Retire dois substantivos do texto e
classifique-os"; "Copie dois artigos definidos e dois
indefinidos" ; "Passe as palavras grifadas no texto para o plural”
dentre outros. Em relação a esta situação, está CORRETO afirmar que:
- Mesmo partindo do texto, a professora não propõe
um ensino reflexivo da língua materna, mas sim exercícios mecânicos gramaticais
19) O trabalho com a língua portuguesa sempre foi motivo de divergências,
discussões e de problematização acerca dos conceitos, normas e práticas que
devem ser estabelecidos como fundamentais no exercício de interação da língua e
de seu aprendizado em sala de aula. Isso acontece por que:
- Para trabalharmos a gramática na sala de aula é
importante conhecermos os conceitos de língua e linguagem.
20) A aquisição da escrita, para muitas crianças
brasileiras, ¿inicia-se muito antes da educação formal e, mesmo durante a fase
escolar, pode-se detectar indícios de autoaprendizagem ao lado de progressos
devidos à condição de aprendizagem¿ (KATO, 2002, p.7). I - A busca da coesão e
da coerência na escrita infantil pode ser visualizada desde o início, em que a
criança tem a concepção do que seja o texto, de sua unidade formal e
conceptual. Torna-se necessário, no entanto, encontrar estratégias de
segmentação do texto em unidades menores, sem romper a coesão ou a coerência.
II - Pode-se considerar que o desenvolvimento da escrita adquirida pela criança
é um processo que não apresenta significativas variações e que as etapas são
extremamente discretas. Acrescenta-se ainda, que as etapas não se sobrepõem,
uma vez que envolvem fases em que duas ou mais concepções se divergem. III ¿ O
estudo de caso realizado pela autora pretendeu contribuir para a compreensão do
que de fato ocorre em um aprendizagem bem-sucedida, e, neste contexto, ambiente
familiar e escola contribuem de forma positiva. Verifica-se que estão CORRETAS
as afirmativas:
- Apenas I e III.
21) A
linguagem se manifesta por diferentes meios (simbólico, visual, gestual, etc.).
Assim, a linguagem pode ser verbal ou não verbal. De acordo com o que foi
estudado na disciplina, encontramos exemplo de linguagem verbal:
- Na
fala e na escrita.
22) Assinale a opção cuja sequência de conceitos
se relaciona, respectivamente, às definições elencadas no quadro abaixo.
I - É a execução pelo indivíduo
das potencialidades da língua.
II - Faculdade que o homem tem
de exprimir seus estados mentais por meio de um sistema de sons vocais convencionados.
III - Toda ação humana, na
natureza e/ou com a natureza.
IV - Conjunto complexo de
processos comunicativos captados pelos sentidos.
V - Qualquer sistema de sinais
que o homem utiliza para se comunicar.
VI - É um ato individual de
vontade e inteligência.
- Fala,
língua, cultura, linguagem, linguagem, fala
23) Primeiramente, para os seres humanos se
comunicarem eles se valeram de recursos diversos, como por exemplo:
- Desenhos,
gestos, expressões faciais e corporais e sons.
24) Sobre a concepção de língua discutida
pelos documentos oficias brasileiros para o trabalho com o ensino da língua
materna, considere as seguintes afirmações:
I. A língua é um conjunto
aberto e múltiplo de práticas sociointeracionais, orais ou escritas
desenvolvidas por sujeitos historicamente situados.
II. Ensinar português é
oferecer ao aluno a oportunidade de amadurecer e ampliar o domínio que já tem
das práticas de linguagem.
III. A língua é um instrumento
de comunicação e expressão sem realidade social concreta.
IV. A língua tem vida própria,
desprega da dinâmica das relações sócias, dos movimentos da história.
- Somente as afirmativas I e II são verdadeiras
25) Atualmente, considera-se que o trabalho com a
produção de textos em diferentes gêneros discursivos amplia a capacidade
produtiva dos alunos, melhora sua capacidade linguística e proporciona uma
visão de mundo mais ampla e crítica. O que NÃO está de acordo com essa nova
visão acerca do trabalho com a leitura e a escrita nas aulas de Língua
Portuguesa?
- A produção discursiva na escola serve apenas como
processo de avaliação e de atividades escolarizadas e não precisam produzir
discursos.
26) Como afirma Vygotsky (1987): "O
pensamento não é simplesmente expresso em palavras; é por meio delas que ele
passa a existir".
Na prática pedagógica, é fundamental a seleção de alguns conteúdos
visando ao desenvolvimento da linguagem oral. São eles:
I. os gêneros discursivos e suas características constitutivas;
II. o estudo do contexto de produção dos discursos;
III. as estratégias e procedimentos utilizados na produção e na
escuta dos discursos;
IV. o trabalho com a linguagem oral, que dispensa planejamento
- o importante é a criança expressar-se livremente.
São consideradas corretos os itens:
- I, II, III, somente.
27) Formar um leitor competente supõe formar
alguém que compreenda o que lê; que possa aprender a ler também o que não está
escrito, identificando elementos implícitos; que estabeleça relação entre o
texto que lê e outros textos já lidos; que saiba que vários sentidos podem ser
atribuídos a um texto; que consiga justificar e validar a sua leitura a partir
da localização de elementos discursivos. (BRASIL, Ministério da
Educação e do Desporto. Parâmetros Curriculares Nacionais: Língua Portuguesa,
1º a 4º séries. Brasília: Secretaria de Educação Fundamental, 1997)
Um texto não é uma soma arbitrária de palavras ou frases, mas um todo
coeso, coerente e estruturado, isto é, um conjunto de elementos interligados de
acordo com uma sequência e com as regras gramaticais da língua portuguesa. Os elementos
discursivos, como afirma o texto, exercem várias funções, EXCETO:
- Estabelecimento de conexão com os conhecimentos
prévios do leitor e com outros textos.
28) Sabe-se que as atividades de
leitura pressupõem, de início, uma relação interativa entre dois sujeitos
(autor e leitor) mediada pelo texto. Com relação à construção do sentido do
texto, pode-se afirmar que:
- O
leitor leva para os novos textos que toma contato toda a gama de experiências
que tem de outros textos, além de suas vivências.
29) A gramática reflexiva é:
- Uma forma de ensinar gramática que leva o aluno a
intuir os fatos ou regras gramaticais a partir de atividades dirigidas e do uso
da língua em textos e em situações de comunicação.
30) Todo educador precisa compreender
o significado das expressões "mundo da leitura e a leitura do mundo".
Do ponto de vista educacional, estas expressões significam que:
- A leitura tem um mundo
próprio com seus autores e textos; a leitura do mundo significa decodificar
tudo ao nosso redor, seja texto ou não.
31) Antônio aprendeu a ler recentemente e fica
muito orgulhoso quando os pais elogiam sua leitura em voz alta. Quando
perguntam se sabe o que está lendo, diz que nem sempre, porque o que ele
conhece é a decodificação das letras e das sílabas. Em relação à
leitura de Antônio, afirmamos:
- Ele
está apto para uma das etapas que compõem o processo de leitura: a
decodificação.
32) Para Saussure, os sinais linguísticos se
compõem de duas partes: o significante (padrão sonoro da palavra, imagem
acústica) e a outra parte, que é:
- O significado (o conceito, o que a palavra quer
dizer).
33) Observe os trechos abaixo, retirados dos
Parâmetros Curriculares Nacionais de Língua Portuguesa (3º e 4º ciclos):
I. "Linguagem aqui se
entende (...) como ação interindividual orientada por uma finalidade
específica, um processo de interlocução que se realiza nas práticas sociais
existentes nos diversos grupos de uma sociedade nos distintos momentos da sua
história." (pág. 6).
II. "A linguagem é uma
atividade humana, processo de interlocução no qual as pessoas se constituem e
através do qual sentimentos, opiniões, valores e preconceitos são
veiculados." (pág. 31)
Essas passagens refletem uma
noção de língua:
- Como atividade dialógica, social e histórica.
34) Entre
os objetivos do ensino de língua materna, está a ampliação da capacidade de
reconhecer certos fenômenos linguísticos e de refletir a seu respeito. Na
abordagem da norma padrão, que estratégia metodológica se relaciona com o
objetivo de ensino referido?
- Comparar as variedades linguísticas quanto à sua
estrutura e à eficácia comunicativa.
35) Com
base no que foi estudado em sala de aula, assinale a alternativa que não seja
uma variação linguística:
- Variação
objetiva.
36) Quanto
aos fenômenos de variação linguística, os Parâmetros Curriculares Nacionais de
Língua Portuguesa preceituam que:
- Não basta uma mudança de
atitudes; a escola precisa cuidar para que não se reproduza em seu espaço a
discriminação linguística.
37) A Psicolinguística aborda várias teorias para
explicar como a criança adquire a linguagem. Dentre elas, destacam-se o
Behaviorismo, Inatismo, Cognotivismo construtivista e a Sociointeracionista.
Considerando essas teorias de aquisição da linguagem, explique no que se refere
à atuação do professor.
- Ao adotar a teoria do Cognotivismo construtivista
ou Sociointeracionista, o professor propõe atividades que possibilitam a
reflexão do aluno sobre o conhecimento que já construiu sobre a língua.
38) O objetivo do ensino da língua portuguesa é:
- Formar cidadãos com posicionamento crítico,
responsável e construtivo a partir da utilização da sua língua materna nas
várias situações de vida (formal e informal).
39) Complete a frase a seguir:
Atualmente, ainda encontramos vários estudantes que afirmam: "a língua
portuguesa é muito difícil". Esse conceito perdura como um mito porque:
- Muitos professores priorizam o ensino da
gramática normativa desvinculada das práticas da linguagem oral e escrita, não
levando em consideração a diversidade linguística das várias regiões
brasileiras.
40) Leia, com atenção, o trecho abaixo extraído de um
encarte colecionável sobre Língua Portuguesa:
A Gramática é a disciplina que orienta e
regula o uso da língua, estabelecendo um padrão de escrita e de fala baseado em
diversos critérios: o exemplo de bons escritores, a lógica, a tradição ou o bom
senso. A matéria-prima dessa disciplina é o sistema de normas que dá estrutura
a uma língua. São essas normas que definem a língua padrão, também chamada
língua culta ou norma culta. Assim, para falar e
escrever corretamente é preciso estudar a Gramática. A tarefa não é das mais
simples: as regras são muitas e nem sempre precisas. Sendo um organismo vivo, a
língua está sempre evoluindo, o que muitas vezes resulta num distanciamento
entre o que se usa efetivamente e o que fixam as normas. Isso não justifica,
porém, o descaso com a Gramática. Imprecisa ou não existe uma norma culta e
toda pessoa deve conhecê-la e dominá-la, mesmo que seja para propor
modificações. Quem desconhece a norma culta tem um acesso limitado às obras
literárias, artigos de jornal, discursos políticos, obras teóricas e
científicas, enfim, a todo um patrimônio cultural acumulado durante séculos
pela humanidade.
(In: Help! Língua Portuguesa,
Diário Catarinense, p. 62)
No quadro das discussões do
trecho acima, considera-se que o ensino de língua portuguesa deve assumir a
seguinte orientação:
- Uma das funções da escola é possibilitar o
domínio do padrão escrito. Portanto, uma das primeiras tarefas da escola, do
ponto de vista do ensino da gramática, é ampliar o domínio de recursos linguísticos
por parte do aluno.
41) Os Parâmetros Curriculares Nacionais orientam: A questão não é falar
certo ou errado e sim saber que forma de fala utilizar, considerando as
características do contexto de comunicação, ou seja, saber adequar o registro
às diferentes situações comunicativas. É saber coordenar satisfatoriamente o
que falar e como fazê-lo, considerando a quem e por que se diz determinada
coisa. É saber, portanto, quais variedades e registros da língua oral são
pertinentes em função da intenção comunicativa, do contexto e dos
interlocutores a quem o texto se dirige. (PCN ¿ L.P.,1997, p. 26) . Entende-se
nesse trecho que deve-se ensinar:
- O aluno a compreender melhor a
sociedade em que vive, o que ela espera de cada um linguisticamente e o que
podemos fazer usando as variações linguísticas do português.
42) Podemos
dizer que o " falar diferente":
- Constitui
um " mito" na Língua portuguesa, uma vez que esta possui vários
registros orais, dependendo da localidade onde se está inserido.
43) Segundo Cagliari (2003):
"Todo falante nativo usa sua língua conforme as regras próprias de seu
dialeto, espelho da comunidade linguística a que está ligado". Sendo
assim, é correto afirmar que:
- Cada falante constrói e segue
as regras próprias de sua comunidade linguística.
44) (ENADE 2008) Numa sala de
aula de terceiro ano do ensino fundamental, com crianças oriundas de várias
regiões do Brasil, um aluno pronunciou a palavra olho como [oio]. Outra criança
da turma chamou-lhe a atenção, corrigindo-lhe a fala. A professora aproveitou a
oportunidade e pediu a todos para que, a partir dali, falassem sempre como se
escreve, ou seja: os que falassem [sau] deveriam sempre falar [sal]; os que
falassem [viage] deveriam sempre falar [viagem]; os que falassem [bodi]
deveriam sempre falar [bode]; os que falassem [cantano] deveriam sempre falar [cantando].
Rapidamente as crianças perceberam que ficou muito difícil falar e que seria
impossível falar sempre exatamente como se escreve. A professora aproveitou
para explicar que ninguém fala exatamente como se escreve.
A postura da professora
demonstra que ela sabe que:
- As variações da língua falada
têm significados afetivos e culturais. No que tange a língua falada é
preciso aplicar o conceito do "diferente", não o conceito de
"certo e errado"
45) Até
quando?
Não adianta olhar
pro céu
Com muita fé e pouca
luta
Levanta aí que você
tem muito protesto pra fazer
E muita greve, você
pode, você deve, pode crer
Não adianta olhar
pro chão
Virar a cara pra não
ver
Se liga aí que te
botaram numa cruz e só porque Jesus
Sofreu não quer
dizer que você tenha que sofrer!
- Gabriel, o pensador.
As escolhas
linguísticas feitas pelo autor conferem ao texto:
- Espontaneidade pelo uso de linguagem coloquial.
46) Escreva V para
verdadeiro e F para falso dentro dos parênteses e
depois assinale a alternativa correspondente a sua resposta.
(V) "Bah!, hoje fui à
padaria comprar um cacetinho; mas como tá caro, tchê!" - Esta oração
exemplifica a variante linguística regional.
(F) "Data Venia,
meritíssimo, há de se considerar que o réu não deve ser julgado por seus
crimes-fins" - Esta oração exemplifica uma variação linguística
voltada ao regionalismo.
(V) "Mano, a fofoca
da vizinha deu maió treta" - Nesta oração constam gírias,
consideradas variantes linguísticas socioculturais.
(F) "Moiçolas
vestidas de branco, bailavam pelo salão de festas a comemorar suas doces
primaveras de 15 anos" - Nesta oração constam variantes linguísticas
de gênero.
(V) "Esta cardiopatia
parece-me grave, pois o ventríloquo
esquerdo cardíaco está entupido" - Nesta oração constata-se a
variação linguística condicionada à fala técnica de um grupo profissional.
47) A percepção dos gêneros
discursivos facilita não apenas a leitura dos textos, mas também a escrita. Os
gêneros dinamizam a língua, pois se adaptam à inovação das ferramentas
tecnológicas e à criação de novas plataformas de comunicação.
Sendo assim, é correto afirmar:
- A proposta de leitura deve levantar os objetivos
do gênero do texto para que o leitor possa orientar a sua interpretação de
acordo com a intenção do autor.
48) De
acordo com os PCNs, qual seria o objetivo do trabalho com a leitura:
- A formação de leitores competentes e,
consequentemente, a formação de escritores.
49) Que tipo
textual predomina no texto a seguir?
"Era um homem alto, robusto,
muito forte, que caminhava lentamente, como se precisasse fazer esforço
para movimentar seu corpo gigantesco. Tinha, em contrapartida, uma
cara de menino, que a expressão alegre acentuava ainda mais."
- Descritivo.
50) Que tipo textual
predomina no texto a seguir?
"Dario vinha apressado,
guarda-chuva no braço esquerdo e, assim que dobrou a esquina, diminuiu o passo
até parar, encostando-se à parede de uma casa. Por ela escorregando, sentou-se
na calçada, ainda úmida de chuva, e descansou na pedra o cachimbo. Dois ou três
passantes rodearam-no e indagaram se não se sentia bem. Dario abriu a boca,
moveu os lábios, não se ouviu resposta. O senhor gordo, de branco, sugeriu que
devia sofrer de ataque (...)". (Dalton Trevisan - Uma vela para
Dario).
- Narrativo.
51) (GANZAROLI - 2019 - Prefeitura de Bonópolis - GO -
Professor ¿ Pedagogo - ADAPTADA)
Há experiências
evidentes que mostram com clareza que o que lembramos, após a leitura de um
texto, são as inferências que fizemos durante a sua leitura. Quando decoramos
um texto, sem tentar procurar um sentido global, isto é, sem fazer as
inferências necessárias, esquecemos o conteúdo quase que imediatamente [...]l,
sem que o material percebido sequer pareça ter entrado na consciência (Lopes,
et.al. Escola ativa (2010).)
O ato de
ler ativa uma série de ações e pensamentos que ocorrem ao mesmo tempo através
de estratégias de leitura que são: Decodificação;
Inferência; Antecipação; Seleção; Verificação
Defina a
estratégia de Inferência.
- Uma estratégia de leitura é um amplo esquema para
obter, avaliar e utilizar informação. As estratégias são um recurso para
construir significado enquanto se lê. Estratégias de seleção possibilitam ao
leitor se ater apenas aos índices úteis, desprezando os irrelevantes; de
antecipação permitem supor o que ainda está por vir; de inferência permitem
captar o que não está dito explicitamente no texto e de verificação tornam
possível o ¿controle¿ sobre a eficácia ou não das demais estratégias. (CONTEÚDO
ONLINE)
52) A leitura é um processo no qual o leitor
realiza um trabalho ativo de construção do significado do texto.
Considere as estratégias apresentadas por meio de
afirmativas.
- A
estratégia de seleção possibilita ao leitor se ater apenas aos índices
úteis, desprezando os irrelevantes.
- A estratégia
de antecipação permite supor o que ainda está por vir na leitura do
texto.
- A
estratégia de inferência permite captar o que não está dito
explicitamente no texto.
- A
estratégia de verificação torna possível o ¿controle¿ sobre a eficácia ou
não das demais estratégias.
São corretas as afirmativas:
- Todas as afirmativas estão
corretas.
53) Podemos
afirmar que a estratégia de leitura que, além de ser uma possibilidade de
leitura interativa, prioriza as capacidades de fazer predições e levantar
hipóteses acerca do conteúdo do texto que está sendo lido, é a estratégia de:
- Pausa protocolada
54) A
leitura fluente envolve uma série de estratégias, que são um recurso para
construir significado enquanto se lê.
Sendo assim, indique a estratégia que possibilita ao leitor se ater
apenas os índices úteis, desprezando os irrelevantes.
- Seleção.
55) Leitor é "aquele que lê ou que tem o hábito da
ler, ledor". Dicionário Aurélio escolar da Língua portuguesa (2005, p.540). Diante da definição podemos concluir que:
- A prática da leitura deve tornar-se efetivamente
uma presença constante na vida de todo e qualquer indivíduo.
56) (Concurso
Professor- Feira de Santana- BA-2018) Luria (1989, p.102) afirma que ¿[...] a
criança não é um adulto em miniatura. Ela modela sua própria cultura primitiva;
embora não possua a arte da escrita, ainda assim escreve, e ainda que não possa
contar, ela conta¿. A partir dessa observação realizada pelo autor, é possível
afirmar que o processo de leitura e escrita ocorre de qual forma?
- O
processo de aquisição da leitura e escrita ocorre em todos os contextos sociais
por meio de suas vivências e para que seja formalizado no ambiente escolar, em
todos os contextos, é necessário que ocorra a mediação
57) Dizer que todo texto, como ato de
comunicação, não possui aleatoriedade é dizer que todo texto pressupõe:
- Intenções
por parte de quem o produziu.
58) Quando
o texto se mostra com termos concatenados gramaticalmente e se percebe uma
distinta arrumação das palavras. A tal particularidade dá-se o nome de:
- Coesão.
59) Leia o fragmento a seguir:
"...lembremos que um texto é um produto de uma atividade discursiva onde
alguém diz algo a alguém." (João Wanderley Geraldi, 1993)
Levando-se em conta a definição acima,
pode-se afirmar que o professor, ao propor a produção de um texto, deve
considerar que:
- É
fundamental a existência de um destinatário, real ou imaginário.
60) Vários pesquisadores que se dedicam ao tema do
ensino de redação têm defendido que a produção textual não pode se reduzir a
uma atividade escolar, desconectada das situações reais de comunicação e
estranha aos textos que circulam na sociedade. Insistem que os objetivos da
produção textual na escola não é simplesmente apontar os eventuais erros do
alunos na ortografia ou na utilização das regas gramaticais. Assim, de acordo
com essa defesa dos pesquisadores e estudiosos do assunto, a prática de redação
em ambiente escolar deveria estar voltada para:
- A
produção textual na escola não pode se reduzir a uma atividade escolar,
desconectada das situações reais de comunicação e estranha aos textos que circulam
na sociedade, portanto deve abranger outras esferas da comunicação humana.
61) Leia a produção de texto a seguir: Era uma vez
uma menina que gostava de caqui. Ela achava o caqui muito saboroso. O caqui achava horroroso se outra fruta ficava podre. E a
fruta era muito gostosa. Quando a menina lavava o caqui ela achava que estava
muito chuvoso. (Mary A. Kato (org.). A concepção da escrita pela criança, 1992)
Há aspectos a revisar e reescrever no
texto do aluno, em especial:
- A incoerência entre as partes do texto e entre o texto e o mundo.
62) Diferentemente do texto
escrito, que em geral compele os leitores a lerem numa onda linear "da
esquerda para a direita e de cima para baixo, na página impressa"
hipertextos encorajam os leitores a moverem-se de um bloco de texto a outro,
rapidamente e não sequencialmente. Considerando que o hipertexto oferece uma
multiplicidade de caminhos a seguir, podendo ainda o leitor incorporar seus
caminhos e suas decisões como novos caminhos, inserindo informações novas, o
leitor navegador passa a ter um papel mais ativo e uma oportunidade diferente
da de um leitor de texto impresso. Dificilmente dois leitores de hipertextos
farão os mesmos caminhos e tomarão as mesmas decisões. (MARCUSCHI, L. A.
Cognição, linguagem e práticas interacionais. Rio: Lucerna, 2007).
No que diz respeito à relação entre o
hipertexto e o conhecimento por ele produzido, o texto apresentado deixa claro
que o hipertexto muda a noção tradicional de autoria, porque...
- Porque
é o leitor que constrói a versão final do texto.
63) Faça a correspondência de acordo com a
conceituação de gramática:
1.Gramática como disciplina escolar
2. Gramática da Norma Culta
3. Gramática Internalizada
4. Gramática como livro
5. Gramática como objeto de estudo
(4) Livros que estudam a gramática
(1) Aula de gramática
(5) Funcionamento das regras
(3) Saber intuitivo
(2) Tradicional, funcionalista
64) Leia o poema e o explique:
Meu professor de análise sintática era o tipo do sujeito
inexistente. Um pleonasmo, o principal predicado da sua vida, regular como um
paradigma da primeira conjugação. Entre uma oração subordinada e um adjunto
adverbial, ele não tinha dúvidas: sempre achava um jeito assindético de nos
torturar com um aposto. Casou com uma regência. Foi infeliz. Era possessivo
como um pronome. E ela era bitransitiva. Tentou ir para os EUA. Não deu.
Acharam um artigo em sua bagagem. A interjeição do bigode declinava partículas
expletivas, conectivos e agentes da passiva, o tempo todo. Um dia, matei-o com
um objeto direto na cabeça.
Paulo Leminsky
- O poeta mostra a dificuldade de relacionamento
com a gramática.
65) Partindo da concepção de que cada aluno já possui
uma gramática internalizada ao ingressar na escola, é correto afirmar que:
- O
aluno deve desenvolver a sua competência comunicativa de tal modo que possa
utilizar da melhor maneira possível a sua língua em todas as situações de fala
e escrita.
66) Texto I
O professor deve ser um guia seguro, muito senhor de sua língua; se
outra for a orientação, vamos cair na "língua brasileira", refúgio
nefasto e confissão nojenta de ignorância do idioma pátrio, recurso vergonhoso
de homens de cultura falsa e de falso patriotismo. Como havemos de querer que
respeitem a nossa nacionalidade se somos os primeiros a descuidar daquilo que
exprime e representa o idioma pátrio? (ALMEIDA, N. M. Gramática metódica da
língua portuguesa. Prefácio. São Paulo: Saraiva, 1999 (adaptado).)
Texto II
Alguns leitores poderão achar que a linguagem desta Gramática se afasta
do padrão estrito usual neste tipo de livro. Assim, o autor escreve tenho que
reformular, e não tenho de reformular; pode-se colocar dois constituintes, e
não podem-se colocar dois constituintes; e assim por diante. Isso foi feito de
caso pensado, com a preocupação de aproximar a linguagem da gramática do padrão
atual brasileiro presente nos textos técnicos e jornalísticos de nossa época.
(REIS, N. Nota do editor. PERINI, M. A. Gramática descritiva do português. São
Paulo: Ática, 1996.)
Confrontando-se as opiniões defendidas nos dois textos, conclui-se que:
- O primeiro texto prega a rigidez gramatical no
uso da língua, enquanto o segundo defende uma adequação da língua escrita ao
padrão atual brasileiro.
67) Leia a explicação dada pela
Professora Regina: A língua não deve ser "ensinada" no seu sentido
normativo, gramatical, mas sim, deve-se dimensionar o seu aprendizado a partir
de uma exposição constante de dados significativos da fala e da escrita em suas
mais diversas situações e especificidades.
Explique a posição do professor em relação
ao ensino da língua é:
- Fazer uso da gramática como instrumento norteador
para uma melhor adequação das práticas orais e escritas da língua em situações
mais formais, como por exemplo, a linguagem técnica e a científica.
68) Na disciplina de português, na 5ª serie, em
uma aula, a professora propôs exercícios de ortografia, extraídos do livro
didático. A proposta é a elaboração de frases com as palavras viagem (substantivo)
e viajem (verbo). A professora deve:
- Dar explicações de como e por
que cada uma dessas palavras se inserem em categorias gramaticais diferentes.
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